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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sexta-Feira

Hoje sofri um pouco mais no trânsito. Sexta-feira é assim mesmo.
Observei diversos motoristas com comportamento egoísta. Cortavam minha frente, forçavam-me a dar-lhes passagem. Espertos. Muito espertos. Mas conheço o trânsito de muitas capitais brasileiras. Posso garantir, se for para comparar, que o motorista paulistano é um lorde inglês.
Há tempos deixei de me aborrecer com estas atitudes grotescas. Minha vida não precisa disso.
Lembro de Einsten "Só duas coisas são infinitas: o universo e a ignorância humana".
Este país está prestes a eleger uma mulher ignorante, mentirosa, mau-caráter, sequestradora e assaltante de banco.
Cada povo tem o governo que merece.
Não fomos capazes de dar à luz a um líder. Ninguém se propôs a revolucionar a educação. Livros continuam sendo artigo de luxo. Não houve quem diminuísse os tantos feriados desse pobre país. Nunca se pensou em reduzir tantos dias de dança, de festa. Dá-se o peixe, não se ensina a pescá-lo. Nação das esmolas, do carnaval, de desdentados, de grávidas desamparadas, de desinformados, de falsos malandros, de um tal Tiririca. Vai mudar algum dia? Óbvio que não. Precisaríamos de um choque civil, e esse povo não tem hombridade para isso. Domingo tem macarrão, cachaça e futebol. É o que basta.
Ouço Bach, mas também Benito de Paula. Gostava do Pena Verde E Xavantinho, do Tonico E Tinoco, ouvi Orlando Silva, Ismael, Cartola e Adoniram, Vinícius e Tom. Curto Chico, Milton, Ney Matogrosso, Cazuza, Barão, Paralamas, Roberto. Adorei Elvis, Beatles, Bee Gees, Michael. Vou parar a lista: gosto é gosto.
Que temos hoje? O que se toca nas rádios? Pagodeiros semianalfabetos, sertanejos falsos como uma nota de 3, funqueiros de porta-de-cadeia e suas garotas bundudas. Um desserviço cultural que nos assola.
Claro que não somos o pior dos povos. Isso nem existe. O mundo tem vivido horrores. Penso no holocausto, nos prisioneiros cubanos deste novo século. Penso na fome africana. Listo em minha mente as diversas tiranias globo afora. Nos milhares de pedófilos escondidos sob batas. Na dor de uma criança com câncer. Nas filas dos hospitais. Lembro dos brasileirinhos malabaristas de esquina. Nas mulheres agredidas em casa. Lembro de quando o futebol era arte e esporte. Lembro de quando as escolas promoviam concursos de poema e poesia. Lembro do malandro que cortou o próprio dedo para nunca mais trabalhar. Lembro do assassino da querida Dani Peres concedendo entrevista num programa estúpido. Lembro dos bandidos protegidos por fardas militares. Lembro das velhinhas sem dinheiro para seus medicamentos. Lembro das mulheres apedrejadas no oriente. Lembro de Hiroshima. Lembro do Haiti. 
Apesar desse meu azedume, tenham todos um bom dia.