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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Bom Samaritano

Em julho, um sujeito muito parecido comigo, tão parecido que chego a vê-lo quando olho no espelho, recebeu uma proposta para dar uma palestra sobre tecnologia para um grupo de empresários de origem alemã, em Gramado. O sujeito, cópia minha, aceitou. Como o material também precisava estar em alemão, e como meu sósia não dominava aquele idioma por mera falta de tempo para estudá-lo (he he), precisou contratar uma tradutora e intérprete que, por sua vez, era parecidíssima com a Ana Hickmann.
Chegaram em Gramado à noitinha. Jantaram e seguiram, cada qual, para seu apartamento no Hotel.
Dada certa hora da madrugada, meu clone foi acordado pelo insistente som da campainha da porta. Levantou-se cambaleante:
- Quem é?
- A Sophia. Pode abrir? – Abriu. Ela estava de camisola, enrolada por um cobertor.
- O que foi? Que horas são?
- Passam das duas. Desculpe incomodar, mas eu estava dormindo, quando acordei com um estralo. O aquecedor do quarto pifou. Estou morrendo de frio.
- Vamos ligar pra recepção e pedir outro apartamento pra você.
- Já fiz isto. O hotel está lotado.
- Então vamos pedir um eletricista.
- Não tem nenhum de plantão. O quarto está abaixo de zero.
- Bom...se você quiser, podemos dividir minha cama.
- Jura? Não se importa? Não vou atrapalhar?
- Claro que não! - Disse o bom samaritano - Temos uma palestra logo mais. Você precisará estar 100%.

Na manhã seguinte, meu dublê foi acordado pelo celular. Era a esposa querendo saber se a viagem tinha sido boa, se estava, mesmo, sob 5 graus negativos, como ouvira na TV. Ele falava com ela, quando Sophia, deixando o quarto, gritou:
- Estou indo pro meu apartamento! Obrigada por me deixar dormir com você!
O celular captou as frases. Se minha imitação tentar explicar o que teve de fazer para explicar que focinho de porco não é tomada, esta crônica viraria um conto. Um conto bem extenso.
Ah, e meu semelhante jura que o aquecedor havia realmente queimado, que o hotel estava mesmo lotado, e que não!, não encostou um dedo na loirona. Acredite, quem quiser.