Quem vê este chão assim riscado
Pelo teu sapateado
Deve imaginar que és feliz
É, olhando distraidamente
O teu valsar tão consistente
Pode-se jurar que vives bem
Quem vê a sincronia do bailado
A coreografia sem pecado
Nem remotamente crê que estás só
Mas os teus pés agoniados
Traçam paços maquilados
Num rodopio de desencanto
Num requebrar que é de pranto
Quem te aplaude não sente
Mas só está velando a tua dor